O futuro da enfermagem

O contexto definitivamente não é o melhor, mas a enfermagem vem ganhando cada vez mais relevância e a atenção da sociedade brasileira. O que a pandemia do novo coronavírus trouxe – e está trazendo – de aprendizado sobre o reconhecimento da enfermagem como profissão? O que esperar dessa carreira nos próximos anos? 

Esses foram alguns dos pontos levantados na live “O Futuro da Enfermagem”, que aconteceu no início do mês de maio. Nossa coordenadora do curso de Enfermagem, Yara Padalino, conversou com a Dra. Renata Pietro, embaixadora da Federação Mundial de Cuidados Intensivos. Trouxemos um pouquinho dos insights desse bate-papo aqui pro blog, e a live na íntegra você poderá acessar no fim deste post!

Reconhecimento tímido

Ao redor do mundo, a enfermagem é uma das profissões mais respeitadas. Só para se ter uma ideia, no ano passado o Reino Unido divulgou uma pesquisa feita com a população para entender quais eram as profissões que os britânicos mais confiavam. O resultado? 93% das pessoas responderam que enfermeiros tinham nível de confiabilidade “alto” ou “extremamente alto”, a frente dos médicos.

No Brasil os enfermeiros não atingem esse reconhecimento e grande parte das pessoas acredita que a enfermagem é uma profissão secundária. Porém, esperamos, esse estereótipo está com os dias contados; está evidente como a enfermagem é a espinha dorsal do sistema de saúde.

A enfermagem no presente

A Assembléia Mundial da Saúde de 2019 designou 2020 como o ano dos profissionais de enfermagem e obstetrícia. Esse marco comemorativo foi estabelecido para reconhecer o trabalho desses profissionais, além de defender mais investimentos nesses setores e melhores condições de trabalho.

Isso porque, de acordo com a OMS, o mundo precisa de mais 9 milhões de profissionais de enfermagem e parteiras para atender todo o sistema de saúde até 2030. Ou seja, a enfermagem precisa ser mais reconhecida, atraindo mais profissionais, para cumprirmos a meta de cobertura universal de saúde.

Desvalorização que afeta nossa saúde

Aqui no Brasil a situação se agrava por causa do descrédito da profissão e dos diversos estigmas que envolvem a carreira de enfermagem. “A OMS preconiza um enfermeiro para cada 500 habitantes. Hoje, no Brasil, temos 1484 habitantes para cada enfermeiro. É preciso dar voz à enfermagem para converter esse cenário”, afirmou Renata Pietro, na nossa live. 

Segundo Renata, temos um déficit grande de profissionais de enfermagem. Mas a pandemia do novo coronavírus está trazendo a força e o reconhecimento da profissão, o que pode aumentar o interesse e a busca pela carreira.

A carreira hoje

De acordo com Renata e Yara, a carreira de enfermagem é praticamente imune a crises. O enfermeiro é crucial no sistema de saúde e faltam profissionais qualificados no mercado. Além disso, hoje esse profissional pode trabalhar além do ambiente hospitalar, com uma grande variedade de atuações. Fizemos um post exclusivo sobre a carreira de enfermagem, no qual contamos tudo sobre essas possibilidades de atuação, salários e outras dicas! Dá uma olhada aqui.

“O mercado é bem aquecido, o bom profissional não fica desempregado”, alegam Renata e a coordenadora Yara, defendendo o investimento em uma boa formação, em desenvolvimento e na atualização constante por parte do estudante e do profissional, para que não sofram com uma crise econômica.

E o que esperar do futuro

Com os últimos acontecimentos, a tendência é que as graduações em enfermagem, que já se atualizam constantemente, se atualizem ainda mais. Um exemplo é a disciplina de urgência e emergência – para atuar em terapia intensiva -, que em muitas graduações não é obrigatória. Provavelmente isso será repensado, já que nesta pandemia se identificou uma falta de profissionais qualificados em terapia intensiva (no curso de enfermagem da Ítalo essa disciplina é dada no 6º semestre e o estágio é obrigatório).

Os aplausos aos profissionais de enfermagem neste momento com certeza encorajam, emocionam e transmitem gratidão. Mas esses profissionais merecem reconhecimento, respeito e valor sempre, em todos os cenários, pois desempenham um papel vital no sistema de saúde.

Precisamos de mais enfermeiros.  Despertando-se a consciência da importância dessa profissão, ela ganhará força, voz e vai atrair cada vez mais estudantes e futuros profissionais.