Nutrição Orgânica – Entrevista com Aline Navega

No dia 24 de agosto (atualizado), a Ítalo receberá o Curso Livre de Nutrição Orgânica. Será um dia de imersão nesse universo cada vez mais presente em nossas vidas! E como aquecimento, preparamos uma série de breves entrevistas com alguns dos palestrantes que guiarão o curso. São especialistas de diferentes áreas que falaram um pouco sobre a importância dos alimentos orgânicos e responderam as principais dúvidas que permeiam o tema. Ah, e se ainda não fez sua inscrição no curso, corre e faça aqui!

O pontapé inicial da nossa série é com a nutricionista, especialista em Marketing de Alimentos e empreendedora Aline Navega. Confira!

Ítalo – Na sua opinião, qual a importância da alimentação orgânica no dia a dia das pessoas? Ela influencia e traz benefícios em relação a escolha de não orgânicos?

Aline – A alimentação orgânica tem como matriz o benefício ao meio ambiente, à saúde humana – tanto de quem consome como de quem produz – e a todo ecossistema envolvido. Assim, tem um impacto positivo em nossa rotina, sem prejudicar a natureza. Com a produção e consumo orgânicos, gera-se menos poluentes, há menor agressão aos solos e maior variabilidade alimentar, o que consequentemente resulta numa melhor qualidade de vida.

Ítalo – Uma dieta composta apenas por alimentos orgânicos é possível? Quais mudanças precisam ser feitas na rotina das pessoas para que adotem uma dieta assim e quais dicas você daria?

Aline – Sim, atualmente há produtos orgânicos tanto de origem animal quanto de origem vegetal, inclusive alimentos considerados “vilões”, como refrigerantes e salgadinhos. Não há grandes mudanças a serem realizadas para que seja adotada uma dieta orgânica. Como principal dica,  procure conhecer um produtor pessoalmente, já que a maioria das produções orgânicas é familiar, visitando ao menos uma vez o local de produção orgânica. E sempre que for ao mercado ou feiras solicite o selo orgânico do Brasil.

Ítalo – Vale a pena pagar um preço mais elevado em um produto orgânico?

Aline – Sou sempre a favor de pagar um pouco a mais pelo orgânico; o sabor, a qualidade e o rendimento são melhores do que os de agricultura convencional. Mas produtos sazonais devem ser priorizados, pois fora de época sua qualidade é prejudicada.

Ítalo – Adquirir alimentos orgânicos hoje em dia está mais fácil? Quais os principais empecilhos? Como você mudaria isso?

Aline – O constante surgimento de Mini Mercados Orgânicos e o aumento das Feiras Livres facilita o acesso a esses alimentos. Porém, como o produto orgânico está super valorizado, há locais pesando um pouco a mão nos preços, o que limita seu consumo por populações mais desfavorecidas e a inclusão desse hábito de forma integral na rotina. Acredito que diminuindo os atravessadores e o custo de certificação, mas incentivando o comércio justo e o crédito para que os pequenos produtores tornem-se produtores orgânicos, o acesso aos orgânicos será mais fácil.

Ítalo – Existem desvantagens no consumo desses alimentos? Quais?

Aline – A única desvantagem é o valor elevado.

Ítalo – Como saber que o produto que compramos é realmente orgânico?    

Aline – Procure o selo Orgânico do Brasil, se for produto brasileiro; se for de origem Europeia, o Selo Mercado Comum Europeu; e se vier dos Estados Unidos, o selo do Mercado Norte Americano (USDA).

Ítalo – Em relação aos produtos industrializados orgânicos: são confiáveis? Qual sua opinião?

Aline – O grande problema da industrialização dos produtos orgânicos é que, por serem orgânicos, o consumidor automaticamente o associa como “saudável”, sendo que pode ser um produto rico em açúcar e gordura saturada, por exemplo. Porém, a principal vantagem nesses produtos é que eles não podem conter aditivos químicos sintéticos e todos eles passam por um processo de certificação que faz análises de amostras e audita a indústria.

A industrialização é importante por trazer praticidade à rotina, por ser proibida de conter aditivos químicos inorgânicos e por possuir, por exemplo, menor teor de nitritos, um conservante encontrado em altas concentrações em carnes e vegetais da agricultura convencional.

O balanceamento de uma alimentação in natura e industrializada é importante, uma complementa a outra, em harmonia.

Aline Navega é nutricionista, especialista em Marketing de Alimentos pela Verakis (Porto – Portugal) e Especialista em Gestão de Negócios em Alimentação pelo Senac. Empreendedora e idealizadora da Flor Cerejeira Geleias Artesanais.

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