Por Walter Augusto Becker Pedroso. Advogado, Gestor Empresarial e Empreendedor.
Conteúdo original publicado no Linkedin de Walter Becker
Joseph Schumpeter é um economista austríaco que criou o conceito da “destruição criativa”, no sentido de que novas tecnologias surgem como ondas, com ciclos de alto desenvolvimento ou expansão durante um certo período de tempo. Esta onda rompe com a ordem anterior, tirando a economia de seu estado de equilíbrio, e provocando novo ciclo.
A “destruição criativa” é originada pela necessidade de adaptação pelos ciclos de mudanças para fins de desenvolvimento e sobrevivência das empresas e sistemas capitalistas, refletindo diretamente na sociedade. A mudança, a reinvenção de processos antigos, a destruição criativa, provocam ações inovadoras.
Estudos de economistas pensadores apontam a existência anterior de cinco ondas de inovação: Revolução Industrial; Idade do Vapor; Eletricidade; Produção em Massa e Tecnologias da Informação e Comunicação e Redes, a qual vivenciamos atualmente.
Todas as ondas possuem dois componentes principais e influenciadores da mudança: tecnologia e impactos sociais e uma onda após a outra surgiram e estagnaram fundamentalmente por novas necessidades tecnológicas e sociais.
Movimentos no mercado já sinalizavam que uma nova onda estaria por surgir. A falência de novos modelos baseados no socialismo que tiveram uma rápida e fracassada ascensão pelo mundo, vide exemplos na América do Sul como Venezuela ou até mesmo o Brasil, e o esgotamento do modelo vigente do velho capitalismo, que teve seu colapso antecipado pelo inesperado surgimento de uma pandemia mundial.
Novas necessidades surgiram, especialmente no campo social e ambiental e elas giram em torno das desigualdades e fortes desequilíbrios entre pessoas e nações, levando a sociedade a rever não só suas necessidades atuais e imediatas, mas o que espera para o futuro. Discussões sobre prática sustentável e social já tinham destaque, e agora com o advento da pandemia, ganham maior notoriedade, levando o mercado a se direcionar para uma nova onda de inovação baseada na sustentabilidade e responsabilidade socioeconômica, como requisito dominante para produtos e serviços.
A sexta onda sinaliza para o empreendedorismo sustentável! Até então o primeiro elemento do mercado de inovação era o financeiro, focado no retorno econômico da atividade. Com o avanço da sociedade dois outros elementos ganharam destaque: o social e o ambiental. Mais recentemente o termo “sustentável” recebeu mais um elemento, os valores pessoais. Diante disso, podemos compreender que o termo “sustentável”, também conhecido como sustentabilidade, é a capacidade de manter uma organização inserida na sociedade, por muito tempo, criando condições de longevidade.
A sexta onda da sustentabilidade requer a contribuição das pessoas e organização para um mundo ecologicamente correto, economicamente viável, socialmente justo e com respeito aos valores e opções pessoais, criando um ambiente mais equilibrado, harmônico e justo. A maximização dos lucros deve estar calçada em criação de empregos e inovações baseadas não só na tecnologia, mas também no campo dos valores sociais ambientais, gerando o bem estar da sociedade. Atualmente é indiscutível que a situação de pandemia acabou por potencializar o interesse maior pelos valores sociais, ambientais e dos cuidados ao bem estar da pessoa (seres humanos), permeados por alta tecnologia.
O próximo desafio da nova onda é formar uma economia capaz de suportar com mais segurança e solidez o homem, a natureza e as empresas, garantindo uma coexistência sustentável.
Atividade sustentável é fazer melhor uso racional, eficiente e produtivo dos recursos materiais, humanos e tecnológicos disponíveis, e com isto, ganhar vantagem competitiva, cujas estratégias devem incluir, inclusive, a melhora da qualidade de vida das pessoas em geral, não só sob o aspecto material, mas também sociocultural. Este objetivo somente será atingido com a ruptura e reconstrução do modelo atual.
A sustentabilidade visa inserir e direcionar a atividade econômica, como parte integrante de um mundo com mais respeito humano e uso inteligente e renovável dos recursos naturais, gerando valor e qualidade de vida.
A destruição criativa é eminente, está acontecendo! O ser humano voltou ao centro das atenções, as pessoas repensam seu modo de vida, pensam no próximo, e com isto, buscarão novos caminhos, outros meios de evolução, novas garantias, seguranças, e uma rápida mudança de hábitos e de valores acontecerá. Um grande oceano azul desponta pela frente!